No mês passado me despedi da minha paciente mais velha. Maria Emília tinha impressionantes 22 anos. E eu não podia deixar de fazer uma homenagem à ela e sua família que tinham amor incondicional e muito empenho por ela até o último segundo. 
Durante os anos que cuidei dela tentei desvendar o segredo da sua longevidade e acredito que houve a somatória de uma genética boa e muita dedicação.
Maria Emilia tomava remédio para pressão, para dor crônica, cannabis, fazia soro toda semana, acupuntura, fisioterapia... Eram muitos cuidados para que ela tivesse essa vida longa e de qualidade. Não é fácil cuidar de uma gatinha idosa e não são todas famílias que conseguem dispor de tempo, dinheiro e energia para atender todas essas necessidades.
Mas não dá para dizer que essa é a fórmula mágica que vai fazer todos gatos viverem 20 anos.
Muita gente faz tudo isso e seu gato não vive tanto assim como ela.
Você pode dar alimentação úmida durante toda a vida, encher a casa com potes e fontes de água, fazer check-up regular… sem dúvidas isso ajuda sim! Mas a influência genética pesa tanto quanto as nossas ações.
Se o organismo do animal tem a genética favorável para o funcionamento renal, para não  aparecer câncer ele já tem mais chances de ter uma vida longa do que a maioria dos outros gatinhos.
A Emília tinha exames ótimos! Ficávamos surpresos como mesmo em idade avançada, não apresentava doenças crônicas ou graves.
Seus tutores aproveitaram a sorte de uma genética favorável à saúde e longevidade e somaram isso à muita dedicação.
Foi um privilégio poder ter cuidado dela e seguirei cuidando com muito carinho de sua irmã Maria Beatriz. 

Um grande abraço a seus tutores Flávio e Silvia de toda família Vet Domus ❤️